MANIFESTO ELEITORAL
POR UM ISCTE DIFERENTE E MELHOR
PARA TODOS, POR TODOS
Os membros da lista I não representam grupos, nem interesses sectoriais, somos e seremos independentes no exercício das nossas funções.
A nossa meta é um Iscte diferente, adaptado ao presente e projetando-se no futuro em construção.
Para tal, o Iscte necessita de um Conselho Geral aberto à comunidade Iscte e à sociedade, independente para dentro e para fora do Iscte e que defenda a separação de poderes interna.
Os nossos membros eleitos desempenharão um papel de acompanhamento e supervisão da estratégia global do Iscte para todos e por todos os investigadores, docentes, departamentos, centros e escolas da nossa universidade.
Importa recuperar e atualizar o centro da nossa identidade enquanto instituição: a proximidade da comunidade Iscte e a capacidade de inovação.
Será a partir destes dois conceitos que, novamente, se poderá atualizar a ideia de Iscte, ao serviço de um futuro decidido e construído em conjunto.
A nossa identidade foi forjada na proximidade com os alunos e restante comunidade Iscte, mas também na proximidade com empresas, organizações várias e com o Estado e sector público da nossa administração e economia. Uma proximidade para com as pessoas e as organizações.
A nossa identidade é produto, igualmente, de uma palavra que foi forjada ao longo de décadas até se tornar essencial no nosso quotidiano: inovação.
Inovação na diversidade de ofertas académicas e na investigação, organizadas para um desenvolvimento institucional, que vai além do serviço no desenvolvimento do distrito de Lisboa, e destaca-se a nível nacional e para além.
Iscte é sinónimo de pessoas que conhecem a sociedade portuguesa, formam e pesquisam para melhor ajudar e ensinar.
Cursos que promovem o desenvolvimento individual, para melhor desempenho das organizações da nossa sociedade
No centro da prática de inovação no Iscte está a liberdade científica e a cooperação entre as diferentes ciências, no respeito pela sua individualidade, mas com total abertura para criar formas de pensar, ensinar, aplicar e produzir conhecimento.
Vivemos tempos de mudança a nível internacional, que já se manifestam e se irão ainda sentir com maior intensidade a nível nacional. Tal como no passado, o Iscte continuará a ser chamado para desempenhar um papel de relevância na sociedade portuguesa.
Necessitamos de fazer diferente e melhor para inovar a ideia de Iscte para o nosso Instituto Universitário de Lisboa.
O Iscte terá de reafirmar-se em termos de estratégia cultural, científica e tecnológica, como uma organização de referência nas suas áreas de especialização, tanto internacional como nacionalmente, localizada na região de Lisboa.
Mas será a nível interno e na capacidade do Iscte de responder aos estímulos externos, que os próximos anos se apresentam como desafiantes para todos nós.
Face à mudança demográfica emergente e às tendências políticas prospectiváveis, de centralização e concentração de unidades do ensino superior, o Iscte tem na sua afirmação inequívoca como organização autónoma, no panorama universitário nacional, um desafio maior.
A resposta a esse desafio, passa pelo recentrar das nossas práticas, informadas por uma estratégia focada na proximidade e na inovação.
Para tal, há três passos a dar em simultâneo:
4.1. Uma instituição Coesa e Diversa. Essencial a toda a ação e políticas transformadoras e eficazes é a coesão do Iscte, que, na sua diversidade, deve manter-se unido em torno de regras comuns e um projeto partilhado de excelência e dinâmico, ao serviço do desenvolvimento e da modernização do país.
Essencial é que o nosso projeto nos venha reforçar e nos leve a focarmo-nos num pólo de atração para os estudantes de todos os níveis (1°, 2° e 3° ciclos), bem como para docentes e investigadores capazes de contribuírem para uma instituição centrada na proximidade e inovação – um Iscte no qual nos reconhecemos.
Aos estudantes que nos procurem devemos proporcionar experiências de proximidade e inovação intelectual de alto nível, bem como condições e organização do seu trabalho, que os levem a atingir patamares elevados de desenvolvimento pessoal, cultural e científico, elevando o nome e o futuro Iscte. Tal como para os professores e investigadores que venham para o Iscte, têm de ser dadas as melhores condições de integração, trabalho e uma carreira adaptada e ajustada aos interesses e competências que os fizeram ser escolhidos, e que são do seu interesse, base da sua motivação pessoal e mobilização institucional.
4.2. Estratégia para Mudar. Essencial ao sucesso e ultrapassagem das barreiras da nossa instituição é a existência de uma cultura de planeamento estratégico no Iscte, que valorize mais a autoavaliação do que o controle institucional dos pormenores e que, consequentemente, promova a melhoria das capacidades dos nossos investigadores e docentes.
As instituições que não se autorregulam acabam, normalmente, por ser reguladas por outros. A autoavaliação deve incidir em todos os aspetos da atividade, desde a organização da investigação, aos cursos e às questões pedagógicas, ao acolhimento dos estudantes, ao acompanhamento do percurso dos diplomados e da empregabilidade, à extensão universitária e às estruturas de apoio administrativo.
O Iscte deve ser ambicioso no impacto do ensino, investigação e prestação de serviços de extensão que promove. Deve estar sempre presente aquilo que esteve na génese da nossa fundação, a capacidade de impacto inovador e a proximidade com o tecido social e empresarial do país.
4.3. Lidar com o défice de coordenação e de circulação da informação
O Conselho Geral deve pautar-se por uma política de transformação das práticas atuais do Iscte. Importa desenvolver práticas de definição estratégica, ao nível das Escolas, que possam construir a rede onde o plano estratégico do Iscte, gizado pela Reitoria, possa assentar.
O Iscte necessita de uma Reitoria capaz de construir um plano estratégico assente na diversidade de contributos científicos e pedagógicos das Escolas e que fomente o desenvolvimento e a inovação alinhados com uma identidade estratégica comum.
A circulação da informação e a estratégia de comunicação, que o Iscte necessita de ver significativamente melhoradas, precisa de favorecer a partilha das grandes linhas de orientação, que são fundamentais para uma inovação alicerçada na singularidade da nossa instituição. Só assim se poderá implementar uma melhor coordenação de programas, atividades e aquisições, com mais inovação e difusão de boas práticas, melhor colaboração entre Escolas e cruzamento de saberes, seja no domínio da investigação ou na formação de 1°, 2° e 3° ciclos.
A melhoria profunda da coordenação vertical e horizontal no Iscte é uma condição necessária para aproveitar o dinamismo e libertar as ideias e as iniciativas dos docentes e investigadores que contribuam para a melhoria geral do Iscte.
4.4. Os pilares da mudança: motivação, financiamento, instalações e simplificação administrativa
Sem pessoas motivadas, não há instituições mobilizáveis para o futuro. Quando a ideia de futuro não existe numa organização, as pessoas buscam noutros lugares alternativas para as suas vidas. O Iscte necessita voltar a ser um local aprazível, acolhedor, motivador e agregador das pessoas em torno de projectos comuns.
A lista I adopta uma posição de busca de transparência no desenvolvimento e progressão de carreiras, sejam elas de docentes, investigadores ou funcionários não docentes do Iscte. Da mesma forma que a Universidade busca práticas éticas inatacáveis na investigação e critérios claros na avaliação dos estudantes, também tem de prezar e praticar o mesmo na sua gestão interna de carreiras.
A lista I é adepta da utilização de regras orçamentais transparentes. As entidades e os projetos de investigação devem pagar à Universidade overheads, mas razoáveis. Trabalharemos no sentido de assegurar a estabilidade financeira global da organização e contribuir para a descentralização gradual e justa distribuição dos recursos.
A lista I posiciona-se como defensora de uma prática de gestão assente na sustentabilidade. Precisamos de um Iscte tão verde quanto possível, onde aquilo que se decide seja efectivamente aplicado para a criação de um quotidiano universitário orientado ambientalmente.
Em matéria de instalações, consideramos prioritária a melhoria das condições de trabalho para investigadores, professores, funcionários não docentes e estudantes onde elas se revelam inadequadas. Nomeadamente, ao nível do acesso, utilização para fins de administração, investigação, apoio à docência e espaços de design thinking colaborativo – sejam eles espaços de refeição, descontração ou cooperação.
O Iscte tem de ser um espaço que contribui para o bem-estar no trabalho e não um espaço de geração de stress no trabalho. Desde há muito que o Iscte é deficitário na criação de espaços de trabalho que permitam, a docentes e investigadores, optar pelo Iscte em vez de buscarem espaços alternativos nas suas casas ou em outras localizações.
Para resolver o problema do excesso do número de alunos por turma, particularmente no primeiro ciclo, o Iscte precisa de encontrar novas racionalizações e inovar nas metodologias de ensino, para manter um ensino de qualidade alinhado com a nossa identidade fundacional de proximidade, mas projetando-se no futuro de uma sociedade hoje organizada digitalmente em rede e assente cada vez mais na inteligência artificial.
A dispersão de campus no distrito de Lisboa obrigar-nos-á à melhoria e à eficácia cada vez maior dos sistemas de informação internos. No entanto, os sistemas de informação precisam de ser sistemas de apoio à melhoria do trabalho de quem faz o Iscte no dia-a-dia e não ferramentas de imposição de visões unilaterais de funcionamento e gestão.
Um grande objetivo no que se refere à administração do Iscte, passa por aumentar a rapidez e eficácia dos serviços administrativos e de apoio. Especialmente no que se refere ao apoio administrativo aos centros e projetos de investigação, bem como às dimensões de apoio à docência, visando, em última análise, libertar os investigadores e professores para as tarefas que estão no centro das suas atribuições e competências.
O Conselho Geral deve apoiar a melhoria e cada vez maior qualificação dos serviços administrativos e dos seus funcionários. Tornando-os, também, uma prioridade em termos de recursos e inovação organizacional. Deve-se, assim, promover no Iscte políticas de simplificação burocrática que permitam potenciar a automatização e libertar os funcionários não docentes do trabalho burocrático desnecessário.
Por último, sem uma colaboração inteligente e cooperativa entre docentes e estudantes do Iscte não será possível explorar a inovação concreta para a resolução dos nossos problemas. Precisamos de um conselho geral que não promova apenas políticas de auscultação dos problemas dos estudantes, mas, também, que ouça as soluções dos estudantes para resolver os seus problemas e os problemas de todos. Sem a participação dos estudantes e a colaboração consequente dos órgãos de gestão, é impossível ter um Iscte que seja verdadeiramente de proximidade e inovação.
A Lista I considera essencial a escolha criteriosa das personalidades externas para o Conselho Geral. Este será um momento crucial no início da atividade do Conselho Geral. O Iscte precisa de um Conselho Geral que manifeste a diversidade interna também nas escolhas externas.
A Lista I assume o compromisso de que os seus membros eleitos tudo farão para ter no Conselho Geral do Iscte membros externos com a qualidade que a nossa Universidade exige, pessoas de elevado nível, com o máximo prestígio, credibilidade pública e que não representem apenas alguns setores ou posicionamentos políticos da sociedade portuguesa.
As personalidades externas deverão contribuir, pela experiência nas suas áreas de atividade, para a inovação, para o aumento da eficiência organizativa da Universidade – nomeadamente na clareza e rapidez das decisões – e para uma relação mais intensa e proveitosa do Iscte com o exterior.
Igualmente, em nome da diversidade interna e da separação de poderes no Iscte, a Lista I não considera uma boa prática a assunção prévia de candidatos a Reitor(a) durante o curso das eleições ao Conselho Geral.
No entanto, a Lista I não pode deixar de salientar que o Iscte necessita de pessoas com um perfil de mudança, garantindo a coesão face aos desafios que se avizinham, mas, atentas à identidade da Instituição assente na busca de proximidade e inovação.
A Lista I é feita de múltiplas colaborações de colegas que, cientes da diversidade existente no Iscte, dão garantias institucionais para, competentemente, serem candidatos a Reitora ou Reitor Iscte-IUL e constituírem uma equipa reitoral ao nível dos desafios de fazer melhor e diferente no Iscte.